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Uma mogimiriana pioneira no jornalismo

Da Redação

11 de março de 2014

Nos últimos anos comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Ela ocupa um lugar especial nos diversos setores da vida pública brasileira. Entretanto, não fácil essa caminhada. No caso do século XIX e nas primeiras luzes da centúria seguinte, apesar dos grandes movimentos sócio-econômicos – especialmente as campanhas contra o analfabetismo e as reinvidicações do movimento feminino – o descaso na formação da mulher foi enorme. Havia um forte preconceito contra ela, sobretudo se aspirasse a fazer parte do mundo das letras. O Guia das Consciências escrito pelo frei Pedro Sinzig em 1915, leitura obrigatória para a mulher, indicava algumas obras e censurava outras.

Não recomendava, por exemplo, D. Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis por serem atentados contra a família. Entretanto, a mulher mais ambiciosa começa a perceber sua importância na sociedade e que podia ir além da cozinha e do salão. Até as religiosas, na direção dos colégios, hospitais, ganham autonomia e visibilidade. Muitos colégios tornaram-se famosos em Campinas, como por exemplo, o Florence e o Progresso Campineiro que tiveram como diretoras Carolina Krug e Emília Paiva Meira, respectivamente.

A imprensa foi uma boa oportunidade para as mulheres que gostavam de escrever, pois o jornal passa a ser a vitrine, a tribuna, por excelência, para expor seu pensamento. O jornalismo tinha um efeito libertador para elas. A imprensa campineira estava oferecendo a oportunidade aos jovens jornalistas. Foi o caso de Josefina Sarmento, a primeira mulher a escrever em um jornal da cidade. Apesar de ter nascido em Mogi Mirim, a 7 de abril de 1862, muito nova passou a residir em Campinas. Aqui estudou com os notáveis educadores, João Kopke e Emílio Henking, cunhado de Carlos Gomes.

Aos 17 anos foi contratada por seu irmão, Antonio Sarmento, diretor do jornal Diário de Campinas. Nesse jornal, ela publica seu primeiro trabalho, uma tradução do Édipo-Rei; e em seguida, dá à publicidade 118 folhetins. Ao mesmo tempo em que aproveitava seus momentos de lazer, passa a se dedicar ao jornalismo e às suas traduções. Josefina foi professora particular, com obras pedagógicas, e diretora de um colégio particular para ambos os sexos, na Rua do Rosário, 39.

Em 1885 escreveu inúmeros artigos, como aquele pedindo para abrir uma subscrição a fim de angariar fundos para a edição do livro Dicionário Histórico e Geográfico do Brasil, de Alfredo Moreira Leite, o que lhe valeu o titulo de sócia da Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, criou uma seção “Riscos e rabiscos” no Diário com vários assuntos concernentes à vida da cidade. Deu à publicidade o jornal Folha Popular, que incentivava eventos e quermesse, cuja renda seria em benefício das viúvas e órfãos da Revolução Constitucionalista de 1932.

A verdade é que Josefina muito lutou para que as mulheres pudessem votar. A sua luta na imprensa por esse objetivo foi tão grande que, nesse mesmo ano foi aprovado o novo Código Eleitoral que concedia às mulheres o direito de votar. Era a oportunidade de ocuparem espaços públicos e políticos. Como prova tivemos a eleição da primeira deputada federal, Carlota Pereira de Queirós em 1934.

Josefina foi autora dos livros No caminho da luz, de 1921, uma coletânea de contos publicada em diversos jornais, e Pérola Falsa, romance, 1939. Ambos foram bem recebidos pela crítica, sendo que, sobre o romance, Guilherme de Almeida, que foi seu aluno, escreveu que era “trabalho de pensamento e forma”. Ao falecer a 22 de outubro de 1940, Josefina trabalhava no romance No silêncio do lar. Convenhamos, o trabalho de Josefina Sarmento reveste-se da maior importância, pois além do seu pioneirismo na imprensa campineira, abriu o caminho para que outras mulheres participassem do mundo jornalístico.

Duílio Battistoni Filho é historiador e membro da Academia Campinense de Letras e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas.E-mail-duiliobf@hotmail.com 

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