Everton Zaniboni
8 de junho de 2019Após dois meses de completo silêncio por parte da Santa Casa de Misericórdia, que assistiu calada e totalmente inerte a Justiça decretar uma intervenção em praticamente toda sua estrutura – a entidade tinha 98% de sua estrutura operando pelo Sistema Único de Saúde (SUS), área em que houve a intervenção pela Prefeitura – a Irmandade decidiu falar e esclarecer como pretende sair da crise.
João Gilberto Gonçalez, diretor de operações do INCS, concedeu entrevista ao lado de Bonatti (Foto: Everton Zaniboni)
Na terça-feira, o provedor Milton Bonatti convocou a imprensa para explicar a parceria com o Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS), em um período de cinco anos, que é tida como a salvação para a recuperação financeira do órgão. “Eu os considero como irmãos que irão me ajudar a recuperar a Santa Casa”, declarou. A entrevista contou com a presença de João Gilberto Rocha Gonçalez, diretor de operações, do INCS, junto com demais integrantes da empresa.
Logo no começo, o provedor admitiu que a irmandade tem responsabilidades na situação financeira ruim que a entidade chegou. “A Santa Casa estava com uma visão pública, de que só atendia SUS. Por isso, ficamos totalmente dependentes do Poder Público. Das três pessoas que passaram por aqui, antes de mim, ninguém viu que a solução era dar atenção ao atendimento particular”, revela.
João Gonçalez, por várias vezes disse que “o objetivo da parceria é salvar a Santa Casa” e que a situação será mudada. “Vamos desenvolver a área privada e trazer recursos para a irmandade saldar seus compromissos. Vamos explorar os 40% (que pode-se destinar para o atendimento privado ou de convênios) e assessorá-los para voltar a assumir os serviços SUS ao final da intervenção”, comentou. Para que um hospital seja considerado filantrópico, pelo menos 60% da capacidade deve ser utilizada para vagas SUS.
Com o objetivo de gerar receitas à irmandade, o instituto e a irmandade trabalham com algumas alternativas que já serão colocadas em prática no final deste mês, no dia 29. Trata-se da inauguração de um Day Clinic, com entrada de frente para a Escola Estadual Monsenhor Nora, para oferecer procedimentos cirúrgicos de pequeno porte, ambulatório e exames, em que não há a necessidade de uma internação.
“Estamos preparando as alas e negociando com convênios. Estamos estudando ainda um plano de saúde da própria Santa Casa”, revelou João. No outro extremo, na casa em que funcionava a área administrativa, os móveis já foram quase que completamente retirados para dar espaço a um Centro de Especialidades Médicas, segundo Milton. “Vamos procurar a Prefeitura para um acordo na utilização de áreas comuns, como UTI, UTI Neo e Centro Cirúrgico. Procurada, a Prefeitura disse que não estava ciente do assunto.
Os equipamentos, reformas, contratações e compra de insumos serão feitas pelo INCS. A expectativa é arrecadar aproximadamente R$ 300 mil com os novos serviços.
“Eu entrei aqui achando que iria resolver. Mas, nós temos as nossas culpas do passado. Não poderíamos ter nos endividado.”
Milton Bonatti
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