Da Redação
8 de abril de 2014A questão da segurança pública se impõe como um dos mais requisitados deveres do Estado, que deve se estruturar para garantir a seus cidadãos a proteção pessoal e de seus bens, além de prover a paz social com intervenções ditadas pela legalidade e pelo consenso moral apurado através das instituições. É sabido que o Brasil vive um momento de exacerbação da violência, e o pouco que se faz não é suficiente para fazer frente à forma organizada como os criminosos têm agido. O Estado perde a luta contra as quadrilhas que são articuladas a partir dos presídios. Nem a segurança máxima aplicada aos principais líderes consegue deter o avanço da criminalidade e da insegurança da sociedade.
Mogi Mirim ainda é uma cidade tranquila e de paz relativa, sacudida eventualmente por crimes mais violentos. A maior parte das ocorrências registradas diz respeito ao tráfico de drogas, acidentes de veículos e desentendimentos passionais. Poucos casos extraordinários eram registrados na cidade até então, quando uma nova realidade se avizinha de forma temerária. Com a limitação dos recursos do aparato de segurança pública, o que se vê é a intensificação do policiamento nas cidades maiores, forçando o deslocamento de quadrilhas para o Interior, atraídas pelo potencial econômico e pela falta de um policiamento adequado.
Recentemente, foram presos membros de uma quadrilha de Rio Claro que atuava em Mogi Mirim em roubo de residências (O POPULAR, 29/3). É a analogia do cobertor curto: quando se cobre a cabeça, os pés ficam descobertos. A logística das polícias consegue atuar da maneira possível, mas o crime organizado parece estar sempre um passo à frente, encontrando os vazios deixados pela omissão do Estado.
Não adianta prestigiar um governo que alimenta um discurso eivado de estatísticas positivas, quando o que vale é o drama pessoal, a insegurança latente, a violência que paira sobre a cabeça de todos, indistintamente. A organização das cidades depende da capacidade de cada município prover seu próprio sustento e, ao mesmo tempo, cobrir a desatenção do governo do Estado. É o caso de perguntar o que seria da segurança não fossem as guardas municipais, que completam o deficiente quadro de policiais.
Para se falar em segurança, é preciso, antes de tudo, abrir mão do discurso fácil e investir decentemente em estrutura física, melhor remuneração dos policiais, manter quadros completos para dar conta da demanda e intensificar o trabalho de investigação. Menos que isso é alimentar a impunidade e deixar a sociedade à mercê da bandidagem.
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