Da Redação
21 de fevereiro de 2014O desejo mais perene de qualquer indivíduo é assegurar para si e seus familiares a segurança de uma casa própria, uma propriedade que lhes garanta uma vida digna, independente e estável. Não à toa políticos insistem em renovar as promessas de programas habitacionais populares, que consistem demagogicamente na apropriação de nomes apelativos e de uma singeleza constrangedora. Minha casa, meu chão, meu sonho, são artifícios para dourar a realidade de um apartheid social evidente e injusto, que condena a maioria da população a mendigar por seus direitos constitucionais e inatos.
Todo município luta para atingir um ponto de equilíbrio entre as condições do mercado imobiliário e a crescente demanda por moradias, especialmente para pessoas de baixa renda. Os núcleos populares crescem em pontos distantes, com seríssimos problemas estruturais dos imóveis, distantes da base de serviços públicos e isolados do convívio comunitário. Daí nascem os guetos e favelas desvirtuadas, condição natural de quem vive o distanciamento da realidade.
Em Mogi Mirim, o primeiro grande equívoco urbanístico foi a construção do núcleo habitacional denominado Este Chão é Seu, renomeado Jardim Planalto, conjunto de quase duas centenas de casas destinadas a uma população extremamente carente, degradado a ponto de ser hoje um problema que só não afeta mais a sociedade por conta de seu providencial – e intencional? – afastamento da cidade.
De cidadãos trabalhadores e que lutam pela sobrevivência digna a um conjunto de graves problemas, tudo acontece no Planalto. Para piorar, construíram-se mais 352 casas do Residencial Floresta, no mesmo padrão de isolamento, sobrecarregando a infraestrutura local e agravando a situação.
É injusto, desumano e sinônimo de incompetência este projeto que dá corpo e dimensão à pobreza e à carência mais elementar. E agora, o governo Stupp dá mais uma arriscada cartada, projetando para a região mais 900 moradias.
Não parece tão ruim, se considerar que a intenção é justamente fazer o eixo urbano se tocar entre o Jardim Planalto e a região do Jardim Primavera. Mas não se pode estremecer diante da possibilidade de ver nascer uma grande região discriminada e empobrecida, barrada pela rodovia que liga a Itapira e pela cínica alienação e pelo preconceito.
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