Lucas Valério
11 de junho de 2019No último capítulo de seu bate-papo, o mestre de jiu-jitsu Nilton Cadan recorda curiosidades em uma disputa de judô.
Boteco – Qual sua competição mais marcante?
Cadan – Um campeonato que marcou bastante foi os Jogos Regionais em 2013. Nossa equipe de jiu-jitsu do Clube tinha uma parceria com a Prefeitura. E a gente tinha que entrar com o máximo de esportes possíveis, entramos com o judô, que era o mais próximo do jiu-jitsu, é a mesma coisa que jogar tênis de mesa com tênis de campo, é outro… A gente disputou judô por equipe. Eram 7 integrantes, só que no mínimo, pode entrar com 3. São 5 que lutam, 2 reservas. Mas se você vai com 3, pode lutar, porque se ganhar as 3, beleza. E na apresentação, se perfilam todas as equipes. E a nossa era a única com 3, só consegui 3 lutadores. Todo mundo olhava para a gente… Eu entrei como lutador também. Só que eu não sou bobo, fui malandro. Eu tinha na equipe o Adrian, que é um monstro, pra ganhar do Adrian…
Boteco – O Adrian tinha experiência no judô já?
Cadan – Tinha nada, mas o Adrian é a mesma coisa que os Vingadores têm o Hulk, eu tinha o Adrian (risos). E tinha um aluno meu de jit-jitsu e faixa preta de judô do Palmeiras, muito bom. Eu era faixa marrom de judô. Eu mais na malandragem, mas eu tinha um especialista e o Hulk.
Boteco – E as lutas são individuais? Qual o sistema?
Cadan – As lutas são individuais, mas por equipe. A equipe manda um número de 1 a 5, sorteia. Então, tínhamos 2 zeros, porque a gente tinha 3, a gente podia escolher qualquer número que ia jogar no 0, só que eles não sabiam qual a gente ia jogar no 0. A gente jogava o 1 e 2 no zero, entrava perdendo de 2 a 0. Perdíamos 2 lutas por W.O. Geralmente, as equipes jogam os melhores de 1 e 2. Então, a gente já matava 2 lutadores. A gente colocava de 3, 4 e 5. A gente usou muita estratégia. Na primeira, deu certo. Na segunda, a gente ia sacar que os caras iam pensar, então, a gente ficava jogando meio na loteria. Mas quando nos lutávamos, nós ganhávamos.
Boteco – Como foi a primeira luta?
Cadan – A 1ª eu ganhei por ippon, o ponto máximo do judô. Depois, foi o Renatão, ganhou. E de 3, ganhou o Adrian, uma faixa bem baixa do judô, ninguém conhecia o Adrian. Mas o Adrian pegou simplesmente o campeão paulista na 1ª luta e arremessou como se fosse nada no chão. Nossa, arrebentou.
Boteco – O Adrian tem qual altura?
Cadan – 2 metros, 130 quilos. Depois esse cara me confessou que, em toda carreira, nunca apanhou tanto como do Adrian naquele dia. Fomos passando de fase fazendo esse esquema. A gente não podia perder nenhuma luta. Tinha que ganhar as 3. O que aconteceu? O ginásio, primeiro, torce o nariz pra quem é do jiu-jitsu, tem um preconceito. Só que a gente acabou conquistando, no final, o ginásio inteiro tava torcendo pra gente. A gente ganhou de 4 ou 5 equipes e, na última, se ganhasse, iria disputar medalha, eu ganhei, o Adrian ganhou e o Renato perdeu por uma vantagem. Mas a gente acabou saindo aplaudido de lá. Ficamos em sexto. Não lembro quantas cidades tinham, mas mais de 30 cidades.
Boteco – Eles gostaram também por vocês estarem só com 3?
Cadan – Por ser minoria e o Adrian tem muito carisma, é muito grande. No dia seguinte, teve o campeonato individual, o Adrian não pôde ir, sentiu uma lesão, o Renato perdeu na 3ª luta e eu consegui pegar uma medalha de 3º. Foi especial porque eu tava representando a cidade, o Clube. A gente apelidou dos 3 Samurais, foi bacana.
Boteco – Valeu, Cadan!
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