Lucas Valério
9 de março de 2014Com quase 30 anos de atuação como gandula, Antônio Mauro da Silva, o Mineiro, coleciona histórias no Mogi Mirim, entre elas uma briga com o ex-goleiro corintiano Ronaldo. Antes de lembrar essa história, Mineiro, que também foi massagista de clubes amadores, revela como deixou a vida de jogador amador para se transformar em gandula.
Boteco – Mineiro, como foi a história da viagem a Leme para assistir a um jogo do Mogi?
Mineiro – O Tatau convidou os amigos para assistir a um jogo do Mogi em Leme. E eu tinha machucado na Santa Cruz uns dias antes, engessei o tornozelo até perto do joelho. Chegou na hora de ir, eu falei: “como eu vou assim com a perna engessada”. Peguei e passei o serrote. Eu tomava umas cachaças aquele tempo. Aí fui, mas a perna estava travada.
Boteco – Aí foi com a perna travada?
Mineiro – Tirar o gesso e querer andar sem o gesso? Tinha que fazer fisioterapia para soltar, mas não dava tempo.
Boteco – Como você fez? Foi de muleta?
Mineiro – Não, que muleta? Muleta nada. Naquele tempo anestesiava com cachaça (risos). Só que na hora de pegar a perua perto do Futurama, já tinham várias pessoas. O que aconteceu? Sobrou o porta-malas para eu ir. Aí fui daqui em Leme, a perna tava reta, eu dobrei, porque tinha dois no porta-malas. Depois, voltei, fiquei uma semana sem trabalhar porque a perna inchou que parecia uma bola.
Boteco – Teve que engessar de novo?
Mineiro – Sem chance. Engessar nada. Em compensação, não consegui mais fazer o que eu mais gostava, jogar bola. Aí comecei a trabalhar de gandula e massagista. Eu tinha meus 30 anos. Agora estou com 58. Eu ia no campo sempre meio mamadão. Sempre fui uma pessoa meio alegre, então o pessoal não desconfiava. Hoje é complicado, a Federação, estão sempre te olhando.
Boteco – Hoje você vai tranquilo?
Mineiro – Graças a Deus, hoje sei controlar, parei. Eu já fiz muita besteira. Eu tento não fazer mais nada de errado para poder continuar a fazer o que eu gosto. Teve uma matéria na Globo quando o Mogi disputou a semifinal do ano passado, eu seria o bandeira mais velho do Brasil, mais idoso, né? Mais velho é trapo. E o treinador mais novo era o Dado. Eu sou o gandula inscrito na Federação mais velho.
Boteco – Muitas histórias como gandula?
Mineiro – Quando o Corinthians veio aqui uma vez, eu tive um atrito com o Ronaldo (goleiro). O Ronaldo tinha mania de pegar a bola pela frente, passar por trás, pelas costas e voltar. A bola saiu, quando ele fez o giro, eu dei um tapa na bola e coloquei na marca para ele bater o tiro de meta. Ele tava fazendo cera. O Mogi tava perdendo. Só que quando eu tava voltando, ele me chutou a perna. Eu apoiei e dei um coice no peito dele. Tanto é que o Silvio Luiz que tava narrando, falou: “isso não é gandula, é um burro pra dar um coice desses”. Ele levantou a camisa e mostrou pro árbitro. Não sei se na época era o Dulcídio que tava apitando, ficou a marca no peito. Aí o Carlos Alberto Seixas colocou a mão no rosto do Ronaldo, falando: “oh, Ronaldo, para com isso”. O Ronaldo se jogou como se tivesse tomado um tapa, o Seixas não tinha feito nada. Conclusão: expulsou o Seixas.
Boteco – E você ficou falando algo para o Ronaldo?
Mineiro – Eu chamava de frangueiro, ele tava irritado. Conclusão: quando chegou no vestiário, o Wilson Barros me dispensou, porque eu tinha sido o culpado do Seixas ser expulso, que era o melhor do ataque na época. E o Mogi perdeu. Conclusão: fiquei uns dias fora, depois voltei.
Boteco – Mineiro retorna para recordar mais histórias, como a de quando jogou uma galinha preta no gol do Rio Branco.
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