Ludmila Fontoura
3 de janeiro de 2015Quem resiste a um saboroso doce? A culinária brasileira sempre foi pródiga na feitura dos adocicados, tendo herdado muito da cultura portuguesa e que é considerada mundialmente berço dos melhores fabricantes do gênero. E essa herança vem de muitos anos, desde o inicio da colonização. Mas, há também influência africana com doces como o pé-de-moleque, furrundum e paçoquinha, além da cozinha italiana, com as bombas recheadas, crústole, tiramissú, etc. Da cozinha autenticamente brasileira, temos o brigadeiro, o pudim de leite condensado, além da goiabada cascão… E como eram os doces consumidos na época da fundação oficial de Mogi Mirim no longínquo ano de 1971, há 263 anos? Valendo-me de documentos antigos posso afirmar que eram poucos os adocicados na frugal alimentação de nosso primeiros habitantes.
Há 263 anos
Ovos, leite, farinha de trigo e de araruta, polvilho de mandioca e amendoim eram os ingredientes essenciais na época para a confecção de doces, além das frutas como mamão, goiaba e outras. Primordial também era o milho. Daí surgiam os quindins, sequilhos, biscoitos de polvilho, bolos salpicados com canela, manjares. Mas, o destaque vai para o doce mais antigo que era apreciado pelos antigos mogimirianos, chamado de Espera Marido. Sobre ele vou me estender.
As donas de casa e seus maridos Bandeirantes
Provavelmente, o Espera Marido tem mais de 300 anos de existência! Não havia quem resistisse a seu sabor inigualável, um ídolo da gula insaciável. Ainda hoje é um sucesso na culinária brasileira, presente em livros e receitas e nas mesas de muitas famílias. Sua história é curiosa e interessante. Conta-se que tem origem na época dos antigos bandeirantes. Depois de longos meses embrenhados nas matas procurando por ouro e pedras preciosas, aqueles destemidos homens retornavam às suas casas, exaustos e saudosos. À frente das Bandeiras sempre vinham participantes mais avançados e que tinham a missão de espalhar pelos povoados a notícia da chegada e avisar às famílias que seus patronos estavam a poucos quilômetros do local. Imediatamente as mulheres corriam para a cozinha e preparavam um doce para recepcionar seus maridos, que retornavam após meses de ausência. Por essa razão, esse doce ficou conhecido como Espera Marido. Para quem não conhece a receita desse doce tricentenário, tome nota dos ingredientes e modo de preparo.
A receita
Meio litro de leite, 500 gramas de doce de leite mole, quatro ovos e canela em pó a gosto. Leve o leite e o doce de leite mole ao fogo e deixe ferver até engrossar. Em seguida, misture os ovos e jogue por cima, cozinhando até ficar no ponto. Retire do fogo e vire em uma compoteira, polvilhando com canela. Tempo total de preparo: vinte minutos. Aposto que a leitora vai experimentar fazer o Espera Marido, mesmo que o marido já esteja em casa, assistindo televisão, na internet ou cochilando. Com certeza ele vai deixar tudo de lado e sentar à mesa para saborear esse doce que tem a idade de nossa Mogi Mirim e de seus fundadores! É claro que vai ser servido em prato e utilizando talheres de metal. Mas, nos tempos dos bandeirantes, os pratos, quando existiam, eram de barro cozido ou gamelas de madeira. Não existiam garfos e colheres. As pessoas comiam em utensílios de barro ou madeira e com as mãos, mas nesse caso elas eram lavadas anteriormente, num raro gesto de higiene! P
Preceitos Bíblicos – “Ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele. Não o humilhe em nenhum dos dias de sua vida. A caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados, e na justiça, será a tua edificação”. (Eclesiásticos 3,14-17).
Túnel do Tempo – 8 de agosto de 1931 – Nessa data assumiu o cargo de juiz de Direito da Comarca Judiciária de Mogi Mirim o Dr. Lúcio Cintra do Prado. Era natural de Amparo e neto do Barão de Campinas. Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1922 e atuou no Fórum de Mogi Mirim até 1945.
Mensagem – Que 2015 seja um maravilhoso ano para meus leitores e todos os mogimirianos, com muita paz, saúde e prosperidade! Legenda da foto: Nesta foto, de 1943, alguns dos mais antigos motoristas de Mogi Mirim: à esquerda, em pé, Ataíde Klenfelder, Adalberto Franco, Zé Ribas, Fiore e Cassimiro. Sentados Nelson Patelli (meu pai), Beija-Flôr, Lázaro Amaral Mello e seu irmão Lino Mello. Ao fundo, o antigo Posto Romanello e um Chevrolet 1939.
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