Da Redação
12 de setembro de 2015Ex-levantadora da seleção brasileira de vôlei, Fofão recorda a época de brigas contra jogadoras de Cuba e conta qual era seu ritual antes de jogos decisivos.
Boteco – Alguma história divertida da seleção?
Fofão – Contra as cubanas no Grand Prix. Naquele jogo tinham muitas jogadoras que foram expulsas, estávamos só eu e mais uma no banco. Aí teve uma confusão danada com as cubanas, a briga. E uma cubana veio correndo, queria acertar uma jogadora nossa. E na hora que ela veio correndo, eu estava na direção dela. A menina que ia tomar a pancada parou do meu lado. Eu falei: “meu Deus. Sai do meu lado”. Porque ela queria de qualquer jeito bater nela. Mas ela vinha com tanta força que assim que nosso médico entrou com o corpo na frente dela, ela caiu. Ela estava totalmente armada para bater. A primeira pessoa que ia tomar pancada seria eu, então eu fico vendo aquela cena e falo: “meu Deus do céu”. Hoje acho que não estaria viva.
Boteco – Pensou em reagir ou não dava tempo?
Fofão – Não tinha reação, ela veio com tanta velocidade, com o braço já pronto, foi uma coisa do médico entrar na frente. Tanto que ele entrou, ela já caiu na minha frente. Eu fiquei paralisada e a outra saiu correndo. Eu falei: “eu ia ser a pessoa que ia correr sério risco de morrer aqui”.
Boteco – Quando enfrentava Cuba, como era a conversa no vestiário, era outra motivação?
Fofão – Era diferente, outra adrenalina, pessoal nem dormia direito, a gente sabia que seria difícil, com provocação, comportamento nosso era diferente, a gente ficava muito ansiosa e era só contra Cuba, talvez pela dificuldade do jogo, por saber que elas provocavam tanto, era um jogo que modificava totalmente a história de qualquer técnico.
Boteco – Nos vestiários como costumava ser a conversa, com Zé Roberto e Bernardinho?
Fofão – Com o Bernardinho a gente pegou mais a época forte de Cuba, depois com o Zé Roberto era outra seleção, diferente. Mas sempre falava para não entrar na provocação, pra tentar se concentrar, não se importar com o que elas falassem. Mas quando começava o jogo, ninguém conseguia, porque provocavam demais e não tinha jeito. Mudava tudo.
Boteco – Bernardinho ficava bravo?
Fofão – Sempre, ele falava para a gente não brigar, que ele brigava pela gente, mas aí acabava ele brigando, a gente brigando. Ele ficava bravo porque a gente entrava na provocação e bravo com as cubanas porque xingavam a gente.
Boteco – Qual era seu ritual antes de jogos decisivos?
Fofão – Eu conversava no começo, mas a hora que eu me arrumava, colocava meu fone, ficava mais observando a reação das meninas, como cada uma estava. Ficava ouvindo minha música até a hora da preleção e começar o jogo.
Boteco – O que você gostava de ouvir?
Fofão – De tudo, só não escuto música tranquila, tem que ser agitada, depois que acaba o jogo o ritmo diminui.
Boteco – Samba?
Fofão – Samba, MPB, hip hop, menos rock pauleira, não dá.
Boteco – Fofão volta para lembrar curiosidades do ouro nas Olimpíadas de Pequim e momentos especiais na Vila Olímpica, onde teve a chance de conhecer ídolos de outros esportes.
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