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Escritas do Presente e do Passado, por Nelson Patelli

Ludmila Fontoura

13 de setembro de 2014

Abelardo Barbosa, o popular Chacrinha, costuma usar frases de efeito e duas delas se tornaram famosas: “nesta vida, nada se cria, tudo se copia”; e, “Quem não se comunica, se trumbica”. Experiências no dia-a-dia demonstram que o velho guerreiro tinha razão.

Essas citações vem a propósito do recente hábito de nossos jovens, que abusam de um estilo literário e de comunicação polêmico e informal, abreviando palavras e frases para desespero e indignação principalmente dos professores de português, os quais alegam que a língua pátria está sendo massacrada e ridicularizada com o uso desse palavreado na internet e correspondências. Calma, minha gente. No decorrer deste artigo, vou demonstrar que essa prática não é absolutamente nova, mas sim, herdada de nossos antepassados e tem no mínimo mais de 4 séculos de existência!!!

Essa afirmação, à primeira vista pode parecer absurda e frágil, mas encontra respaldo nos milhares de documentos antigos que me passaram pelas mãos, e, onde, exemplos e mais exemplos ditam uma verdade incontestável: nossos bisavós e tataravôs já usavam o recurso da abreviação literária: os primeiros escrivães; nossos destemidos bandeirantes; os vereadores do passado; os representantes da justiça; no século XVI, XVII, XVIII e XIX, eram adeptos dessa prática!

Nos documentos antigos, é bastante comum encontrar-se abreviações em forma de siglas, sinais, ligaturas e contrações. Coincidentemente, esse costume originou-se do mesmo principio que leva nossos jovens a adotar esse estilo – a economia de tempo e espaço.

Nas épocas remotas, os escrivães procuravam driblar certas adversidades que dificultavam seu trabalho, entre elas, a morosidade da ferramenta profissional – a pena de ganso embebida em tintas. Para cada frase, era necessário molhar a pena da ave no frasco de pigmentação, num vai-e-vem que acabava se transformando em verdadeira maratona física. No aspecto do espaço, o problema estava na raridade e escassez de papel. Era preciso economizá-lo, pois além de tudo era caríssimo e difícil de obter, importado de além-mar.

Tudo foi resolvido com a genialidade colonial, que descobriu a abreviação das palavras e termos. Desse modo, não podemos criticar nossos jovens da internet, por também eles estão economizando em impulsos telefônicos, desgaste eletrônico e tempo para trocar idéias.

Não devemos nos assustar quando os usuários eletrônicos escreverem:

– “Q + e quantas X a mina gostaria q servi 100??”

Confesso que, mesmo tendo alguma prática em paleografia, muitas vezes me perco no entendimento desses modernismos literários. Mas, ao mesmo tempo, é forçoso reconhecer a legitimidade dessa expressões econômicas, principalmente porque costumo encontrar paralelos nas minhas pesquisas históricas. Um exemplo:

-“Vm cê sabe q S.A.R., q Ds o gde, nomeou o Capm e + o Cel Roiz como chefes, 7bro.”

Para quem não entendeu o significado dessa frase antiga e tirada de um documento com mais de duzentos anos de existência, vou traduzir: Vosmecê sabe que Sua Alteza Real, que Deus o guarde, nomeou o Capitão Mor e mais o Coronel Rodriguez como chefes, em setembro.

Essa frase serve também para duas outras constatações. Primeiro, que herdamos dos antigos abreviações com Cel. (coronel), Cap. (capitão), Sarg. (sargento) designativas de patentes militares. Segundo, nossos antepassados eram tão econômicos na escrita, que abreviavam até nomes próprios, com Roiz (Rodriguez), Mnl (Manuel), Ig (Ignácio), Ant (Antonio). Além de Tião, Zé, Zinho, Dito e outras abreviaturas usadas no passado e até hoje empregadas no dia-a-dia. E tratamentos pessoais, com mais de 400 anos de existência, como: Ilmo (Ilustríssimo), Excia. (Excelência), Exmo. (Excelentíssimo), DD. (Digníssimo), Maj. (Majestade), Ver. (Reverendíssimo), Sr. (Senhor), Sra. (Senhora), Srta. (Senhorita), D. (Dona). Pedro Álvares Cabral e seus marinheiros já usavam esses recursos abreviatórios na época do descobrimento, fato atestado na carta de Pero Vaz Caminha ao Rei de Portugal.

Depois desse demonstrativo e explicações, poderia alguém condenar a atual prática literária de nossos jovens na internet e em suas correspondências? Mas que a juventude não se iluda julgando ter sido invenções dela o uso dessas abreviações.

Como dizia o velho Chacrinha: “Nesta vida nada se cria, tudo se copia.”

Túnel do Tempo – 20 de Setembro de 1825 – Foi nomeado professor público para Mogi Mirim o padre José Joaquim de Oliveira Braseiro, com ordenado anual de 50$000 (cinqüenta mil réis).

Preceitos Bíblicos – “Não vos enganeis: de Deus não se zomba! Porque aquilo que o homem semear, é o que também há de colher, porquanto o que semeia na sua carne, da carne também colherá a corrupção, mas o que semeia no espírito, do espírito recolherá a vida eterna.” (Gálatas 6,7-8)

Legenda da foto – Carnaval de 1952 nos salões do Grêmio Mogimiriano, localizado na Rua Chico Venâncio, com um grupo de meia centena de foliões festejando os dias do Rei Momo.

 

 

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