Da Redação
12 de julho de 2014Todos os municípios brasileiros passam por problemas estruturais e uma crise de investimento, devido, principalmente, à cruel organização administrativa e orçamentária da federação. Mogi Mirim, apesar de estar acima da média, não foge à regra.
É engraçado como nossa mentalidade foi arraigada na aversão inconsciente ao lucro e ao desenvolvimento, mesmo sendo um país culturalmente americanizado. Aqui quem idolatra o desenvolvimento americano, às vezes, é contra a eficiência da livre iniciativa brasileira.
Antagonicamente, quem idolatra a qualidade de vida europeia e sua política de distribuição de renda é contra a nossa ainda tímida política social. O problema é que nos falta coragem de assumir uma posição clara, o que realmente somos e onde queremos chegar. A lei de parcerias público privadas existe desde 1995. Surgiu na Inglaterra, país referência em gestão pública, com o objetivo de suprir as necessidades de investimento em infraestrutura.
Vamos seguir exemplo garantido de sucesso inglês ou quebrar o estado exigindo dele o que não pode dar? A lógica inglesa é simples: a cidade precisa de investimento muito acima dos 7% da capacidade orçamentária atual. E quais são nossas alternativas?
A primeira, de maneira tradicional, aumentando impostos e onerando os cidadãos. Seguir o conceito estatal, que é nitidamente engessado, burocrático e ineficiente. Desta forma, com certeza a tarifa da água aumentará.
Ou através de PPP, que é paga pela eficiência decorrente do modelo de gestão. Hoje, em Mogi Mirim, 47% da água tratada se ‘perde’ a caminho das residências. Isso custa muito a cada cidadão, é você que paga este desperdício, porque nossa rede de distribuição é antiga, está desgastada e necessita urgentemente de grandes reparos. E isso não se faz sem planejamento e alto investimento.
A PPP é o sistema mais moderno para garantir eficiência. A gestão continua com o município, os programas educacionais não serão preparados por mentes malignas, a saúde não ficará nas mãos de máfias brancas e nenhum empresário ameaçará o emprego dos servidores públicos. São teorias da conspiração absurdas usadas por “líderes” despreparados para discutir o futuro do Brasil.
Às vezes, o difícil não é modernizar o Saae, mas modernizar a cabeça de pessoas que possuem poder de persuasão enganoso e acham que ainda vivem no período da Guerra-Fria. Precisamos de novos acessos viários, uma nova estrutura física administrativa moderna e sustentável, precisamos substituir nosso sistema de abastecimento de 60 anos, necessitamos de novos prédios escolares e de dispositivos que melhorem a qualidade de vida do mogimiriano. Não podemos continuar vivendo a mercê de uma política tacanha e extremamente retrógrada. É hora de modernizar as mentes.
É como eu sempre digo: sou mogimiriano e vou criar meus filhos na terra em que nasci. Não busco aplausos instantâneos, muito menos fazer populismo barato, mas sonho com o reconhecimento dos meus netos daqui 30, 40 anos, pela coragem de fazer o que era preciso para o desenvolvimento da sociedade, mesmo enfrentando a hipocrisia, a politicagem barata e a rebeldia sem causa.
Mogi Mirim carece de uma virada que seja capaz de sepultar velhas maneiras de se praticar a política. O povo deve cobrar sempre o agente público, mas precisa também tomar muito cuidado para não ser objeto de manipulação de quem coloca interesses eleitoreiros à frente de obras e investimentos necessários que garantirão o desenvolvimento de nossa cidade.
Gustavo Stupp é prefeito de Mogi Mirim
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