Da Redação
4 de abril de 2014Diz a anedota que Mogi Mirim tem todas as opções de lazer desejáveis. A 50 quilômetros de distância. Mais do que um chiste, a afirmação é a confirmação de uma triste realidade que coloca o município em condição de desvantagem regional e o atestado de que a cidade amarga décadas de omissão do poder público na responsabilidade de prover o lazer para a população. Mesmo ostentando o perfil vocacionado de pequena cidade do Interior, teve as oportunidades de desenvolvimento que se perderam no comodismo e nas más administrações que, timidamente, investiram em projetos de industrialização, enquanto a vocação de comércio e serviços que a caracterizavam encolhiam.
De referência regional, Mogi ocupa hoje uma posição secundária no cenário da microrregião, concedendo a Mogi Guaçu e Itapira a primazia de oferta de qualidade de vida e crescimento. De cidade modelo pelas suas belezas naturais e recursos acumulados no tempo da relevância do sistema ferroviário, Mogi Mirim é um município cheio de problemas e vazio de expectativas.
O fechamento das salas de cinema na Praça Rui Barbosa é um evento emblemático. Mesmo com a falta de público provocada pela proximidade do shopping center de Mogi Guaçu, o espaço representava um laço importante de cultura, e era como um esteio da memória mogimiriana. Com ele, acabaram-se as opções de lazer no município que não sejam ligados à gastronomia, onde ainda resiste o empreendedorismo e qualidade.
Mas não existe um teatro decente que se possa frequentar sem crises alérgicas ou excesso de calor, não há eventos regulares, as oficinas de arte são retratos de sua limitação, o esporte tenta se estruturar mas o que se vê são quadras abandonadas e monitores de menos, eventos cívicos são ignorados. Tudo mostra uma cidade vazia, fria, sem vocação turística, sem atrativos e apelos de fixação.
A carência é em todos os níveis, desde brinquedos para crianças em praças, as escolinhas esportivas que mobilizavam milhares de crianças e jovens, equipamentos esportivos nos bairros, salões culturais. Todo o lazer da cidade se resume a encontros em bares e restaurantes, praticar futebol amador-profissional ou buscar diversão em outras cidades próximas. Falta incrementar a consciência de que lazer pode ser muito mais que balada e shows ocasionais.
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