
Da Redação
27 de abril de 2023André Naves
A deficiência não é uma característica relativa à pessoa, mas sim às estruturas sociais. A verdadeira deficiência reside nas estruturas exclusivistas que foram construídas ao longo do tempo e que negam a plena participação de pessoas com deficiência na sociedade.
É fundamental reconhecer as capacidades das pessoas com deficiência, que são impedidas de exercer seu potencial devido às barreiras impostas pelas estruturas sociais. Dessa maneira, a deficiência não é apenas relacionada a uma condição médica específica, mas sim ao convívio cotidiano com barreiras e obstáculos.
Essas, podem ser originárias dos preconceitos mais diversos, incluindo aqueles relacionados à diversidade funcional. Infelizmente, o senso comum ainda é defasado e eivado de vieses inconscientes.
Persiste a visão de que a deficiência é um problema médico, quando na verdade ela é muito mais complexa do que isso. A essencialidade da deficiência está na análise das funcionalidades individuais, ou seja, na interação das características pessoais com as estruturas sociais.
Para entender melhor a situação, é importante analisar não apenas os aspectos biológicos e psíquicos das pessoas com deficiência, mas também suas funcionalidades. Isso significa considerar a interação das características individuais com as estruturas sociais existentes.
Em última análise, a verdadeira deficiência está nas estruturas sociais exclusivistas que negam a plena participação de pessoas com deficiência na sociedade. É preciso reconhecer que a pessoa com deficiência enfrenta barreiras e obstáculos à sua plena inclusão social, e trabalhar coletivamente para reformar essas estruturas.
Portanto, é preciso romper com o modelo de sociedade que exclui as pessoas com deficiência e construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e justa, onde a diversidade é valorizada e respeitada, ganhando o merecido protagonismo. Somente assim poderemos alcançar a plena inclusão e justiça social para todos.
Essas estruturas, entretanto, devem ser moldadas pela ação individual, e nunca impostas parcialmente pelos poderes públicos. Resumindo, isso não pode ser imposto parcialmente pelos poderes públicos.
A mudança deve ser uma ação individual, que se expande para a sociedade como um todo. Cada indivíduo deve assumir a responsabilidade de reformar as estruturas sociais exclusivistas e lutar pela inclusão plena de pessoas com deficiência na sociedade.
*André Naves é defensor público federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política.
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