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Das Diretas Já aos mascarados

Da Redação

7 de fevereiro de 2014

O ano de 2014 guarda, sem dúvidas, eventos recheados</IP> de singularidades no que tange aos seus simbolismos sociais: a Copa do Mundo e as eleições presidenciais. O ano que ora se inicia tem, ainda, a lembrança dos 30 anos do movimento das Diretas Já.

O Regime Militar (1964-1985) teve, em seu bojo, não só as Forças Armadas, mas setores civis da tecnoburocracia estatal, bem como parcela da elite econômica. Houve, por assim dizer, uma dialética entre o “milagre brasileiro” e os “anos de chumbo”: conjugou-se crescimento econômico vigoroso ao aumento da concentração de renda e da pobreza, bem como da repressão levando à tortura e desaparecimento daqueles que foram considerados subversivos. Na década de 1980, o fenômeno da estagflação (estagnação econômica somada às altas taxas de inflação) forçou o Brasil a recorrer ao FMI e, em 1984, a inflação chegou a 223%.

No plano político, a legislação eleitoral datada de 1965 mostrou-se uma arma contra o próprio Regime, já que com a existência dos dois partidos — Arena e MDB — as votações tinham um caráter plebiscitário. Uma nova lei orgânica dos partidos, em 1979, quis pôr fim a esse problema.

A Arena tornou o PDS, o MDB o PMDB e se deu o surgimento do PT. Eleições legislativas e para governadores e prefeitos foram realizadas em 1982, levando cerca de 48 milhões de eleitores às urnas. Novos ares, que clamavam por democracia e por eleições diretas, estão presentes na sociedade brasileira. Em 1983, numa frente única, partidos (PT, PMDB, PDT), CUT, Conclat, profissionais liberais, movimentos sociais, intelectuais, artistas e a população em geral tomam as ruas objetivando lutar pelas eleições diretas.

Mesmo com a derrota, no Congresso, da Emenda Dante de Oliveira (que previa as eleições diretas para presidente), a sociedade já não era a mesma e o Regime Militar estava em seus estertores. Tancredo Neves que fora eleito, ainda indiretamente, não chegou a assumir como presidente. Coube a José Sarney, seu vice, fazer a transição para a “Nova República”.

São três décadas a separar as manifestações em prol das Diretas Já das “novas” manifestações que tiveram início em junho de 2013. O Brasil é, hoje, substancialmente diferente, e é por conta da existência de um regime democrático, da alternância de poder nas esferas do Legislativo e do Executivo, das liberdades de expressão, das conquistas sociais.

Desde então, os brasileiros elegeram e depuseram Fernando Collor; votaram em FHC, que controlou a inflação e estabilizou a economia, elegeu-se Lula, que contribuiu para a diminuição da miséria e do aumento da classe média e foi eleita a primeira mulher para presidir o País. Destes, FHC e Lula estavam presentes nos palanques pelas Diretas, eram jovens despontando no mundo da política. Já se vão bons anos de uso da democracia, todavia, sua qualidade deixa a desejar.

Claro que nossos vícios — patrimonialismo, populismo, corrupção — ainda estão presentes em nosso cotidiano social. A ação de grupos de manifestantes, dos quais se destacam os famigerados “Black Blocs”, assentados numa estética e ação violentas, não são, a meu ver, a melhor opção para a melhoria da qualidade democrática.

Manifestar indignação é um direito individual. Reunir-se para se manifestar, idem; contudo, usar de violência, intimidação, depredação do patrimônio público e privado, não chegam a significar avanços políticos, ao contrário podem apresentar indícios de autoritarismo e de pensamento único, cuja característica é entender o oponente — que pensa diferente — como inimigo que deve ser eliminado, seja simbólica ou fisicamente. Exigir um “padrão Fifa” para escolas, hospitais e para o transporte público é bem-vindo.

Ir a uma manifestação exigindo mudanças é, apenas, uma face da moeda, a outra, mais difícil, mas imprescindível, é fazer propostas concretas, viáveis. Cobrar do poder público e se colocar aberto ao diálogo e apresentar proposta, isso, sim, é contribuir.

Já em 1984, no clamor pelas Diretas, os partidos políticos não eram capazes de compreender e exprimir todos os anseios da população. Hodiernamente, vivemos numa sociedade em rede, de relações reticulares, na qual os partidos e o poder constituído precisam, mais do que nunca, se reinventar. Há, certamente, uma crise de representatividade, não basta votar e ser votado.

Faz-se necessário um tipo especial de inteligência: uma inteligência política que entenda que novos valores estão presentes na sociedade, mas que o diálogo no espaço democrático ainda é a melhor aposta para avançar. Talvez os jovens que, hoje, escondem seus rostos e praticam a violência num regime democrático, tenham algo a aprender com aqueles que, ainda sob o Regime Militar, foram às ruas de “cara limpa”.

Rodrigo Augusto Prando</CF> é cientista social, mestre e doutor em Sociologia pela Unesp (FCL–Araraquara), professor e pesquisador do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

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