Da Redação
14 de fevereiro de 2014Presente no Clube Mogiano para uma oficina, a ex-ginasta Daiane dos Santos abordou com o Boteco do Ortiz a vida de restrições da época de atleta, mas também falou da parte boa, contando os mimos vindos com o ouro no Mundial de 2003, nos Estados Unidos, o primeiro conquistado por uma brasileira.
Boteco – Daiane, alguma história curiosa no Mundial?
Daiane – Depois que eu fui campeã mundial, fiquei muito feliz e o pessoal, todos queriam me cumprimentar, todos deram muitos presentes porque o Brasil tinha conseguido a vaga (às Olimpíadas) e estavam felizes por eu ter sido campeã mundial. E eu lembro que os presentes não cabiam na minha mala. E eu tava superatrasada, tinha 15 minutos para gente ir embora do hotel, não cabia, eu não conseguia nem pensar onde enfiar. Minha técnica veio, colocou as coisas na mala, ajudou e a gente conseguiu sair no horário. Mas eu levei milhões de sacolas.
Boteco – O que você ganhou de mais curioso?
Daiane – De tudo que você imagina, desde camiseta, pulseira. A gente tava muito perto de Orlando, da Disney. Do lado do nosso hotel tinha uma Disney. E eu ganhei um bichinho de pelúcia, um Mickey com meu nome escrito.
Boteco – E você guarda tudo?
Daiane – Guardo, está lá em casa esse Mickey.
Boteco – Você acabou ficando muito associada à música Brasileirinho. Quando jovem já tinha ligação com essa música?
Daiane – Na verdade, não. Eu conhecia bastante a música, sabia que era muito querida pelas pessoas no Brasil, mas não tinha noção ainda de como ela era querida no mundo. Quando a gente usou o Brasileirinho, nosso objetivo foi realmente atingir as pessoas e a gente recebeu uma retribuição melhor ainda, a gente percebeu que a música era idolatrada pelo mundo todo. Então acho que essa música faz parte da minha vida e sempre vai fazer, vai ter que tocar no meu casamento até, não tem como não tocar.
Boteco – E a disciplina exigida no dia a dia, era mais difícil a parte técnica ou enfrentar as restrições?
Daiane – Depende da fase que a gente está. Quando eu era mais nova, restringir poder sair com os amigos, restringe um pouco, ficar longe da família. Essas coisas me fazem muita falta. Depois a parte técnica ficou um pouco mais complicada, manter o ritmo de treinamento, ficar muito focada no objetivo. Depende da fase, tem horas que é mais difícil o lado emocional.
Daiane dos Santos sentia a falta das baladas na época de atleta. (Foto: Everton Zaniboni)
Boteco – Acaba perdendo a adolescência, o que você gostava que deixou de fazer?
Daiane – Não tem como não perder, a vida do atleta não é uma vida normal, a gente treina oito horas por dia, tem que dormir cedo, tem que cuidar da alimentação, tem que reclusar, pensar no treinamento, ficar bem focado. Na parte da adolescência se perde o contato com os amigos, externo, fora do ginásio. De sair nas baladinhas.
Boteco – Você gostava de tomar uma cervejinha?
Daiane – Até que nessa fase não. Mas eu gostava muito de sair, é a fase mais difícil de ficar no esporte. A gente tem muitos atrativos lá fora.
Boteco – Você às vezes não resistia e chegava a dar uma escapadinha, sem o técnico saber?
Daiane – De vez em quando, não tem como (risos). No final de semana, eu ia um pouquinho, normalmente no sábado porque tinha o domingo para descansar. Segunda-feira, pau de novo. Às vezes eu contava pro técnico, não sempre (risos).
Boteco – Daiane volta para contar como se tornou corintiana e abordar a frustração nas Olimpíadas 2004, quando era favorita ao ouro, mas ficou sem medalha.
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