Da Redação
10 de maio de 2015Vivemos uma crise hídrica, isso é fato. Dono do maior potencial hídrico do planeta, o Brasil corre o risco de, nos próximos anos, sofrer com abastecimento de água em mais da metade dos municípios. Porém o problema maior não é esse, e sim, a falta de água para a geração de energia.
A valoração do lixo e seu aproveitamento para produção de energia pode contribuir para amenizar, de forma tênue, a crise energética. Para termos uma ideia do quanto esse combustível, o lixo, é abundante, vamos aos números. O brasileiro produz cada vez mais lixo com o passar dos anos. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2013, o aumento foi de 4,1% em relação ao ano anterior, o que representa quase três milhões de toneladas a mais no ano. O Brasil está na quinta posição entre os que mais produzem lixo no mundo, atrás de Estados Unidos, China, União Européia e Japão. Com esses dados podemos concluir que o país está longe de atingir as metas estipuladas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305, de agosto de 2010.
O Brasil produz 75 milhões de toneladas de lixo por dia com um elevado potencial para geração de seis mil megawatts. Os elevados custos para produção desta energia e das instalações não têm atraído investidores para este setor de geração. Por isso, essa produção tem se limitado a pequenas usinas de aproveitamento do biogás, que é o gás produzido a partir da decomposição dos resíduos dispostos nos aterros sanitários. É importante lembrar que a geração de energia por meio do lixo só iria amenizar o problema e não resolvê-lo por completo.
Sem sombra de dúvida, o grande obstáculo para a concretização da geração de energia está na magnitude dos investimentos. As linhas de financiamento, a ausência de instalações em operação no país e a forte injunção governamental sobre as tarifas de energia, afastam potenciais investidores do setor.
A energia gerada através do biogás é apenas uma alternativa complementar à energia gerada por hidrelétricas ou termoelétricas, que já vem sendo explorada em algumas regiões do país (sobretudo no sudeste), tanto para geração de energia elétrica, quanto para o aproveitamento térmico e como matéria-prima para o refino do biogás. No entanto, não representa mais do que 0,2% do volume potencial do biogás gerado.
Acima de tudo, a geração de energia renovável é um grande auxiliador para evitar danos ao meio ambiente, sobretudo, a energia proveniente de fonte eólica e da biomassa (bagaço de cana, grãos, etc.).
Muito se tem falado da falta de água nas residências, isso é sim muito importante, como também é primordial que as pessoas continuem conscientes quanto ao uso e desperdício de água. Mas há de se ter olhos bem atentos também para a energia que move o país. O Brasil não pode parar.
Francisco Oliveira é Engenheiro Civil e Mestre em Mecânica dos Solos, Fundações e Geotecnia e fundador da Fral Consultoria.
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