
Da Redação
17 de novembro de 2023A desesperança dominou tanto a maior parcela da população mogimiriana que assistimos a morte do Mogi Mirim Esporte Clube como cobaias de um experimento psíquico. As notícias que antes geraram ojeriza, hoje parecem não nos golpear como antes. Nos acostumamos a ver a retirada lenta e cruel dos aparelhos de um paciente indefeso e que, mesmo com 120 anos, parece disposto a lutar, mesmo que sozinho, contra tudo de mal que é feito contra ele.
Mais um capítulo cruel desta saga de terror pela qual passa o maior patrimônio desportivo, cultural e imaterial de Mogi Mirim será escrito nos próximos dias. É que, de acordo com edital de convocação publicado recentemente, haverá um novo pleito no Sapão da Mogiana. Eleições protocolares, apenas para reconduzir Luiz Henrique de Oliveira à mesma presidência que ocupa desde julho de 2015 e para formar sua nova escalação de colegas na diretoria executivas e nos conselhos Deliberativo e Fiscal. Agora, com a reforma do Estatuto Social, a tragédia será mais longa e o mandato de 1º de janeiro de 2024 a 31 de dezembro de 2027.
Um quadriênio a mais para a diretoria que jogou Mogi Mirim no limbo, que tirou o Alvirrubro mais respeitado do Interior da elite e o lançou às profundezas do futebol paulista e brasileiro. Tirou o clube das divisões nacionais, o rebaixou sadicamente da Série A1 do estadual para o quinto degrau, algo que não ocorria desde 1979, tempos pré-Barros e em que o desleixo era semelhante, incluindo um episódio de incêndio e arquivo queimados. A prática não ocorre em sua forma literal, mas é interessante o quanto se apaga do MMEC a cada ano de LHO no poder.
O continuísmo é sempre letal e não tem sido diferente com o Sapão. E pode até fazer sentido com Wilson de Barros, um dirigente fora do normal e que sacou o Mogi das profundezas para, entre 1982 e 2008, alça-lo a um patamar tão alto que o fez, também, ser visto por oportunistas de todos os cantos do país. A dilapidação segue em curso. O orgulho e carinho do mogimiriano pelo seu Carrossel Caipira vai sendo arrancado ao mesmo tempo em que os órgãos do Sr. Mogi Mirim Esporte Clube são extraídos enquanto a vítima ainda vive.
Por azar da maioria, a Justiça foi desleixada, as autoridades policiais e o Ministério Público perderam a chance de resgatar uma agremiação do cativeiro e terem suas atuações eternizadas como exemplo para que mais clubes não sejam enterrados vivos como o Mogi vem sendo. Jogado às degolas, perdido em divisões inferiores, afogado em dívidas assumidas por quem jamais será responsabilizado por tê-las contraído. Um clube que tem na própria Justiça decisão com trânsito em julgado dando direito a antigos associados de participar da vida social do clube, incluindo eleições, verá, mais uma vez, a hipocrisia prevalecer.
O clube que viu a Procuradoria de Justiça Cível do Ministério Público, dizer que, “na impossibilidade de atendimento do Estatuto Social, a solução deverá ser buscada por meio judicial, se necessário, com a designação de administrador provisório, com poderes para convocar regularmente assembleia e organizar o quadro social a fim de possibilitar o cumprimento das disposições estatutárias”, acompanhou uma intervenção que daria segurança jurídica ao clube se tornar pó devido a decisões equivocadas da Justiça.
A eleição deste final de semana reunirá só uma parcela dos associados do clube. Seguirá a linha que está balizada por sentenças judiciais que, em tempo, serão revisadas para o bem da instituição. Porém, até lá, o Mogi Mirim EC seguirá refém do caos. Um caos que, no papel, terá mais quatro anos para seguir nas últimas divisões e distante de seu lugar de direito.
10 de novembro de 2023
11 de novembro de 2023
13 de novembro de 2023
12 de novembro de 2023
20 de novembro de 2023
14 de novembro de 2023
10 de novembro de 2023
18 de novembro de 2023
10 de novembro de 2023
12 de novembro de 2023
Flagrou algo inusitado e quer ver a sua notícia publicada? Nos envie seus textos, fotos e vídeos.
Os textos e comentários aqui expressos são de total responsabilidade de seus autores.