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As lições que guardamos pela vida

Da Redação

15 de outubro de 2013

Não nascemos sabendo andar, falar, ler, escrever e muito menos com os conhecimentos e habilidades necessários para viver. Isso significa que alguém nos ensinou tudo: pais, amigos ou professores. Uma boa parcela do aprendizado devemos aos nossos mestres. Além das matérias escolares, assimilamos muitas coisas importantes durante a vida escolar.

O meu primeiro professor foi o meu pai. Aprendi a ler e escrever “katakana” e “hiragama” e alguns “kanjis” (alfabeto japonês) quando tinha cinco anos. A didática foi bem simples. Todo dia tinha que copiar cinco letras até preencher uma folha de papel. No começo era muito difícil, mas em dez ou quinze dias estava conseguindo copiar sem grandes dificuldades. Era até muito divertido.

Divertido porque na época e no lugar que nasci e morava não tinha luz elétrica, portanto, sem televisão, sem games. Computador, internet, nem no sonho. Nem fazia ideia de que existiria um dia. Foi o primeiro grande aprendizado.

Quando tinha sete ou oito anos fui estudar na escola primária. A professora separou os alunos em duas turmas. A dos muito “fracos”, ou seja, não sabiam absolutamente nada sobre escrita, sem nenhuma coordenação motora para escrever, e a segunda, composta de alunos com alguma coordenação motora ou que tinha noções de escrita.

Eu fiz parte da turma dos muito fracos porque não sabia falar e muito menos escrever uma única palavra em português. A professora, percebendo, me fez sentar na primeira fila, bem na frente da sala. Para exercitar a coordenação das minhas mãos, ela precisava segurá-las, me fazendo copiar os símbolos do quadro negro. Falar não adiantava nada para mim.

Era a coisa mais chata, sem graça a fazer. Escrever as letras “a-e-i-o-u” em letra cursiva era fácil, portanto sem graça e muito chato. Para quem conseguia escrever alfabeto básico japonês aquilo era coisa de demente. Não era nada divertido, nada motivador, tudo fácil demais. Foi este o segundo grande aprendizado.

Lembro o que dizia para a minha mãe quando chegava em casa nos primeiros dias de aula: “não quero ir na escola de brasileiros, é muito chato. É tudo fácil demais”. Obrigado a ir, continuei, mas no fundo porque gostei da professora. Apesar de muito brava, conseguia me entender e tinha paciência comigo.

A professora logo viu que os exercícios me deixavam aborrecido. Então me mudou de turma: fui para a mais avançada, onde os exercícios eram um pouco mais difíceis. Ainda assim, eram muito fáceis, mas sentia-me bem melhor na turma dos mais avançados. Foi a terceira grande lição da vida.

A quarta grande lição foi com o professor de inglês, no “ginásio”. O professor era padre da igreja católica da cidade, um senhor alemão, que dizia: “se quer ser lavrador, não precisa estudar inglês” (isto é coisa de mais de 50 anos atrás). Hoje qualquer pessoa precisa de inglês, mas naquela época o mundo era bem diferente.

A primeira lição mostrou que conseguimos aprender mesmo só copiando. Não fazia outra coisa senão copiar os “hiraganas” e “katakanas”, mas em menos de um ano estava conseguindo ler os “mangás” e estava entendendo. Foi muito rápido e divertido.

A segunda lição é que se não tiver pela frente uma novidade, algo desafiador, você não sente nenhuma motivação. A tarefa acaba sendo chata, sem graça. É preciso que a pessoa ao lado perceba isso e faça mudanças, como fez a professora.

A terceira grande lição foi o reconhecimento. Apesar de tudo aquilo continuar sendo a mesma chatice, senti muito bem pelo fato de estar na turma dos mais avançados. Foi o relatório do dia para a minha mãe. Fui promovido!

A quarta lição é que eu não queria ser lavrador, não porque não gostasse, mas tinha medo porque era muito franzino e sabia que não tinha força física para levantar um saco de café ou amendoim. Se não quisesse ser lavrador tinha que estudar, estudar.

Aos meus professores e professoras, a minha eterna gratidão. Seria possível lembrar de muitas coisas boas e importantes que aprendi com cada um deles. À minha primeira professora, Dona Zilda, se eu pudesse, ergueria uma estátua e daria o nome dela a uma praça pública. Parabéns e muito obrigado a todos os professores, que dedicam um pouco de si para edificar os outros!

Orlando Oda é administrador de empresas, mestrado em administração financeira pela FGV e presidente do Grupo AfixCode.

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