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As copas de Garrastazu e Dilma

Da Redação

4 de abril de 2014

A frase é velha, mas espelha a alma nacional: o Brasil é o país do futebol. Por isso mesmo soam estranhos gritos nas ruas de “não vai ter Copa”. Essa campanha contra o evento esportivo mais importante do mundo só entra na cachola quando se intui que seu alvo não é o futebol, mas os governos, os escândalos de corrupção, as coisas malfeitas e, no meio da algaravia, a anatomia arquitetônica de estádios sobrepondo-se, no entorno, à lama de becos e ruelas, ônibus estropiados, filas intermináveis em postos de saúde e corredores de hospitais locupletados de macas.

Sob essa teia do presente emerge a imagem do passado, a Copa de 70, aquela em que um general de amedrontador sobrenome, Garrastazu Médici, e de nome Emílio dominava a cena por inteiro. Tempos de emoção, dor e medo.

Quanta emoção assistir pela TV à vitória da seleção canarinho naquele memorável 21 de junho de 1970: 4 x 1 sobre a Itália! A máquina da ditadura, girando sobre o psiquismo das massas, dobrava ânimos. Pelé, Tostão, Gérson, Rivellino, Jairzinho e Carlos Alberto esculpiam, nos campos do México, a face risonha dos brasileiros. Em outra banda, o poderoso Garrastazu manobrava sua batuta, ora para reger o coro da Copa, com o refrão “90 milhões em ação”, ora manobrando os eixos de chumbo de seu governo. Passada a euforia, a alma nacional recolhia-se em contrito silêncio, contendo o medo, a angústia, a impotência. Sobre todos pairava a sensação de estar sendo vigiado, seguido, perseguido.

A névoa de 44 anos deixa ver ainda com nitidez a era Médici, até porque, às vésperas de mais uma Copa, desta vez no hábitat da seleção canarinho, a melhor hipótese está, há tempos, bem-definida: o Brasil vivenciará a maior catarse coletiva de sua história. Por quê? Eis algumas razões: o país quer se livrar do fantasma de derrota no Maracanã em 1950; respira hoje ares democráticos; vive o ciclo da intensa dinâmica social.

Mas a catarse virá caso a seleção ganhe a Copa? Pode ser. Mas o fato é que não há mais disposição do povo para ser joguete nas mãos de políticos. Não se admite que, em pleno século XXI, políticas populistas sejam usadas para alavancar e/ou prejudicar perfis, governantes, candidatos ou quaisquer atores do palco político.

A realização da Copa do Mundo no ano das eleições abre vasto terreno para exploração política. Acontece que o eleitor sabe identificar os oportunistas. O acervo negativo que, nos últimos anos, se abateu sobre a sociedade abriu uma corrente de reações.

A Copa da era Dilma, diferente da dos anos de chumbo do governo Médici, não deverá ser usada como armadura política. Quem se arriscar a pegar nessa ferramenta para se aproveitar poderá cair do cavalo. Dilma é uma ex-militante que sofreu nos cárceres o peso da opressão. Precisa entender as manifestações de rua como expressão de uma democracia que oxigena os pulmões sociais. E saber tirar lições, entre as quais a de que o produto nacional bruto da felicidade resulta do bem-estar geral do povo. Nas vésperas da Copa, é possível sentir que o corpo social está com febre. E carece de remédio.

Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP é consultor político e de comunicação. Twitter: @gaudtorquato

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