Amplie seu conhecimento: Faculdade realiza palestras abertas ao público

As Faculdades Maria Imaculada, Fimi, de Mogi Guaçu, realiza na nesta semana mais uma edição do evento Semana de História, que é destinado aos estudantes da faculdade e também a toda a comunidade, com entrada gratuita. A edição deste ano tem como tema História, Educação e Relações de Gênero: Da Militância Política Feminina à Construção do Racismo na Educação Básica Brasileira. Além disso, no último dia de evento, os alunos do curso de Pós Graduação em História Social apresentam parte dos projetos de pesquisa que estão sendo desenvolvidos em conjunto com os professores orientadores. A Semana de História ocorre nos dias 8, 9 e 13 deste mês.

No dia 8, quinta-feira, a partir das 19h30, os participantes irão conferir a apresentação de Vivian Mendes, que é militante política na defesa dos direitos das mulheres e direitos humanos. Vivian é formada em Comunicação Social – Relações Públicas pela Unesp e há dez anos atua em organizações feministas e na luta pela memória, verdade e justiça para os crimes da ditadura militar. Ela também foi assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo de 2012 a 2015, e o foco de sua palestra é a violência cometida com as mulheres e as crianças. O título da explanação é Verdade e Gênero: como a ditadura perseguiu, torturou e assassinou militantes políticas.

“Dos 436 mortos e desaparecidos da ditadura, 50 são mulheres e a gente fez um trabalho de ouvir as sobreviventes e as especificidades do que era ser mulher naquele período. A abordagem é como a ditadura usou do fato de serem mulheres para tratarem de forma específica em relação à tortura, à repressão, essa relação baseada na diferença de gênero. Temos um número razoável de mulheres que abortaram em decorrência das torturas e o número de estupros também é razoável. Não que ocorria sempre, mas era uma prática de determinados torturadores. Então, torturas, violências de mulheres grávidas que geraram abortos, crianças que nasceram na cadeia sem nenhuma condição (…). Será possível dar uma dimensão para as pessoas que quiserem pesquisar mais depois, porque todo o relatório da Comissão está disponível”, destacou.

Já na sexta-feira, dia 9 de outubro, também a partir das 19h30, a palestra será Ressonâncias Coloniais: a construção do racismo na educação básica brasileira. A fala será do professor mestre Flávio Santiago, pedagogo formado pela Universidade Federal de São Carlos, mestre em Educação pela Unicamp, doutorando em Educação também pela Universidade de Campinas e que também é professor adjunto da Faculdade Zumbi dos Palmares.

A fala de Santiago terá como objetivo mostrar ao público como a sociedade visa manter o domínio do branco em relação ao negro, fazendo com que ele sempre esteja em situação subalterna. Tal situação começa, segundo sua exposição, dentro das escolas.

“Nas escolas são contadas histórias com personagens negros como protagonistas? Existe representações de negros nas paredes? Como o livro didático fala sobre os negros? O que os professores/as ensinam sobre o continente africano? O que falamos sobre os diferentes povos negros escravizados?  Os negros são expostos a um mundo social que se organizou para os segmentos privilegiados dos brancos dominantes, sendo condenados a um mundo que não se organizou para tratá-los como seres humanos e como iguais. Dentro deste contexto, as crianças negras aprendem a ser o outro, aquele que não é representado no contexto escolar, ou sequer mencionado, passando somente a ser um desconhecido, um qualquer, um subalterno”, destacou o professor.

Além das palestras, que tem entrada gratuita, na mesma data também haverá lançamento de duas obras: Infâncias e Movimentos Sociais e Infâncias e pós-colonialismo.

Na terça-feira, o encerramento da Semana de História fica por conta das mesas de exposições dos alunos do curso de Pós-Graduação em História Social.

Faculdade Aberta

Entre segunda e quarta-feira, as Fimi também promovem mais uma edição do evento Faculdade Aberta. O evento é aberto ao público e tem como objetivo receber a comunidade para conhecer o que está sendo produzido pelos alunos dos cursos disponíveis.

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