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A morte da beleza

Da Redação

27 de setembro de 2014

A evolução tecnológica da humanidade, cujo ritmo acelera-se a cada dia, passa uma impressão de que o mundo em que vivemos hoje é sempre melhor e mais avançado que o de ontem. Jovens nascidos após a introdução maciça dos computadores na vida diária não conseguem sequer imaginar o mundo da década de 1950, nem como era a vida durante o século XIX ou em épocas mais remotas. O domínio da tecnologia sobre as artes e a filosofia funciona como uma cortina que impede a maioria de enxergar o que está acontecendo realmente: a beleza está morrendo.

Uma das coisas que mais nos diferencia como espécie é nossa capacidade de criar. Mais do que isso, nossa capacidade de criar arte, aquilo que não tem uma utilidade mecânica imediata, mas que traz deleite à mente e à alma, que excita nossas percepções, que nutre nosso coração e que nos enche por dentro. As criações utilitárias, como as da engenharia, facilitam nossas vidas, nossas tarefas diárias, nossa locomoção, nossa comunicação. Mas elas param por aí, pois não conseguem satisfazer aquele desejo de transcendência que temos dentro de nós. Nesse sentido, a arte é um meio de nos conectarmos com o divino.

Como a arte representa nosso ápice criativo, é por ela que deveríamos medir o andamento de nossa época, e não pelas criações tecnológicas. E é justamente nesse ponto que eu gostaria de me aprofundar. Os três grandes campos da arte são a música, a literatura e as artes plásticas.

Em todos eles a humanidade atingiu seu ápice antes do início de século XIX. As mais perfeitas obras musicais, compostas por homens como Beethoven, Mozart, Chopin e Wagner, não encontram paralelo moderno em qualidade e genialidade. Os romances mais fantásticos, escritos por homens como Dostoiévski, Shakespeare, Machado de Assis e Cervantes, não conseguem ser superados na complexidade de seus personagens e na grandeza de suas narrativas. E as obras mais impressionantes, pintadas e esculpidas por homens como Michelangelo, da Vinci, Botticelli e Rodin, continuam como referência por sua perfeição e beleza.

Pois bem, tudo o que o homem já criou de melhor e mais bonito na arte tem sido corrompido pelo relativismo. Esse modo de pensar, corrosivo, que defende a destruição de todos os absolutos, é a doença que vem matando a beleza do mundo. Ao afirmar que não existem verdades e nem absolutos, mas que tudo é relativo ao contexto do observador, o relativismo abriu as portas ao feio, ao mal acabado, e ao imperfeito.

Os padrões que pautavam os trabalhos dos gênios foram sendo baixados cada vez mais – cada nova geração pegava o trabalho da anterior e o diminuía ainda mais. Foi assim que as grandes sinfonias se transformaram no funk e no pagode, foi assim que os grandes romances viraram historinhas rasas e superficiais, e foi assim que as pinturas quase fotográficas deram lugar a telas brancas manchadas aleatoriamente. A arte moderna é feia.

Mas há algo ainda mais trágico em tudo isso. Ao contrário do que costumamos ouvir, a arte não imita a vida, é a vida que imita a arte. Calma, não me ache louco ainda. A vida imita a arte no tocante às tendências de comportamento. Uma população que vive em meio à alta arte, em meio às criações mais belas, tende a imitar essa busca pela beleza. É a virtude gerando mais virtude, e como a virtude artística é a que mais toca a alma, é também a que mais influencia o comportamento humano.

Ainda em dúvida? Pense nos dias em que vivemos e nas manifestações artísticas que mais fazem sucesso, que arrastam multidões de jovens mesmerizados, que cantam refrãos de quatro palavras e repetem chavões do mesmo tamanho.

Qual é o destino final desta caminhada suicida? É o que já estamos vivendo: de admirada e cultuada a beleza passou a ser odiada. Meninas estão sendo espancadas nas escolas brasileiras, somente porque são bonitas. Isso tem acontecido ao nosso lado – um caso em Limeira, um em Sorocaba, e outros mais que não foram noticiados. Uma geração inteira nasceu e cresceu sem ter a menor ideia do que é belo, do que é virtuoso, do que é desejável, e agora está pronta para desligar os aparelhos da moribunda e declarar com um sorriso no rosto: a beleza está morta.

Descanse em paz.

Flavio Quintela é bacharel em Engenharia Elétrica, escritor, tradutor de obras sobre política, filosofia e história, e membro do IFE Campinas. É o autor do livro “Mentiram (e muito) para mim”. (flavio@quintelatranslations.com)

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